sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Pagar x Piratear

ESCLARECIMENTO: Esse é um post que DISCUTE o problema e não DEFENDE a técnica, que é ilegal!!!

Como eu já disse no meu primeiro post, eu sou usuário do sistema operacional Linux. Infelizmente, ainda hoje eu não consegui me livrar totalmente do Windows, pois eu preciso de programas que eu só posso rodar nele. Um dia, quem sabe isso muda :) Mas a diferença entre o meu computador e da maioria das pessoas é que TODO o meu software para Windows é legal (não pirata). Obviamente isso não era assim até bem pouco tempo. Não paguei pela maior parte deles, mas são todos oficiais (muitos são gratuitos) e não piratas (vantagens de ser estudante do Centro de Informática da UFPE :).

Piratear é uma alternativa barata (e ilegal) pra muita gente que quer ter acesso a tecnologia, música, roupas, etc. Pelo menos no Brazil, não faz parte da cultura associar pirataria com roubo e muito menos pensar nas consequências desse ato. Os fabricantes dizem que por consequência dela, têm que aumentar os preços dos seus produtos, o que acaba incentivando ainda mais a pirataria, formando um círculo vicioso. Os que sofrem são os compradores idôneos que a alguns anos compravam CD novo nacional por 17 reias e hoje tem que tirar 34 reais do bolso para um CD com menos faixas... com certeza tem alguma coisa errada aí...

Eu acredito que enquanto houver gente querendo pagar pouco pra ter algo "quase" oficial, o problema nunca vai ser resolvido. No entanto, existem medidas que podem ser tomadas para minimizar o maior atrativo dos produtos piratas, o preço:

  • Baixar o preço! é óbvio que nunca iria ficar tão barato quanto um pirata, mas muita gente tem dinheiro pra dar 20 reais num CD, 50 reais num software decente mas tem que pagar no mínimo 50% a mais "por causa da pirataria". Uma alternativa é baixar a margem de lucro; o efeito inicial seria ruim mas a médio/longo prazo, parafraseando os economistas, é melhor ter muita gente pagando pouco do que pouca gente pagando muito.
  • Diferenciar ainda mais. Os produtos piratas nunca são "completos", sempre falta alguma coisa (qualidade, acessórios, extras...). Se houver mais vantagens ou ganhos agregados (descontos nas próximas compras, programas de fidelização, acesso a conteúdo exclusivo QUE VALHA A PENA, etc...), mais gente vai comprar.
  • Mostrar o quanto a pirataria é prejudicial à economia. Isso o governo tem feito nos últimos 6 anos com cada vez mais insistência, principalmente pela insistência dos empresários. Os estrangeiros, em particular, estavam cada vez mais relutantes em querer investir num país com índices tão altos de pirataria.
  • Oferecer conteúdo de verdade. isso é mais ligado ao problema do CD. Qual é a média de faixas e tempo de duração de um CD novo? Pode prestar atenção que é em torno de 10 músicas e 40 minutos. A alguns anos atrás, CD de 10 músicas era considerado ruim...
Acredito que cada um tenha que fazer a sua parte para poder reclamar de qualquer coisa e isso vale para o governo e para os empresários.

E não se esqueça, você também pensa!
Igor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que eu sou uma das poucas pessoas que conheço que tem windows, office e outros softwares originais e comprados.
Como meu pai diz, ao comprar uma coisa original você tem a quem reclamar caso dê algum problema, ou em casos extremos, você tem a quem processar :P
Fora que muitas vezes o pirata nem é de boa qualidade e "o barato acaba saindo caro".
Claro que eu acho um absurdo pagar 35 reais em um CD, preferia muitas vezes até comprá-los, mas é inviável fazer com uma certa freqüência, aí a gente escolhe aquelas bandas de que é fã de verdade e compra.
Concordo com Igor, piratear não é uma boa, mas bem que os preços podiam ser bem mais em conta :)
bjos.

André Paschoal disse...

Faltou falar do papel do Governo na cobrança dos impostos ;)

Quem paga a quantidade exorbitante de impostos cobrados pelo Governo são os compradores.

Quem viu o fantástico este domingo, 05/02/2006, e viu a reportagem sobre veículos para deficientes percebeu esse detalhe. O valor do carro baixou de R$ 48.000,00 para trinta e tantos mil com a isenção de ICMS, PIS, CONFINS e sei lá mais u q...