terça-feira, 28 de março de 2006

Politicamente Terminado

Caiu uma das únicas coisas boas do governo petista: Antonio Palocci foi afastado do ministério da Fazenda por envolvimento no caso Fracenildo. O presidente da Caixa Econômica Federal entregou pessoalmente o extrato da conta do caseiro Francenildo, responsável pelas denúncias de que Palocci havia sim ido a casa conhecida como "República de Ribeirão Preto". Apesar disso, ninguém pode dizer que Palocci foi um mal ministro; pelo contrário, era defendido até pela oposição pela sua postura correta. Na verdade, não quero falar de Palocci e sim do PT.

Eu antigamente dizia com orgulho que tinha votado em Lula, porque eu acreditava piamente que ele seria o primeiro presidente a ter uma real preocupação com o Brasil e não apenas com os seus próprios interesses. Foi com muita tristeza que eu assisti ao desmantelamento do governo Lula, com troca de ministros, queda dos principais apoios dele no PT e a constatação de que o PT era simplesmente um partido como qualquer outra: fazia caixa 2, desviava dinheiro (valerioduto), não tinha nenhum compromisso social...

A bem da verdade, o PT trouxe mudanças boas para o país sim, mas a má admnistração do dinheiro público (ministérios que tinham dinheiro mas não gastaram), o esquema de indicação de cargas (preferência pela filiação com o PT e não pela competência), os absurdos que fomos obrigados a ouvir/ver durante os escândalos ("Eu [Lula] não sabia de nada", entre outros) tiraram toda e qualquer esperança minha de que o PT realmente fosse um partido diferente. Se Lula foi eleito como última esperança de muita gente ("vamos dar uma chance, ele parece ser sério"), eu acredito que isso não vai mais acontecer. Não vejo como Lula vai conseguir se reeleger dadas as condições atuais.

É fato que o PT em si não é exatamente o problema, pois em Recife a prefeitura municipal petista tem feito um trabalho muito bom (nada é perfeito, mas ninguém pode negar o quanto Recife melhorou). As pessoas em volta de Lula, e o próprio Presidente, é que fizeram toda essa lambança pra si próprios. Sempre existiu corrupção nesse país mas nesse governo ela beirou o banal, com muita gente já começando a achar que isso é normal no Brasil.

Eu não acredito mais que exista pessoa isenta que vá conseguir governar o país, um estado, município ou o que quer que seja sem fazer algo em benefício próprio, mas eu gostaria de acreditar que existem pessoas que sabem colocar o foco das suas atribuições no que é mais importante para o todo e são essas pessoas que precisamos descobrir e dar uma chance. Lamentavelmente, eu não vejo mais Lula nessa posição. Como diria Ulysses Guimarães, "o poder embriaga".

E não se esqueça, você também pensa!
Igor.

sexta-feira, 17 de março de 2006

Mudança de título

Mudei o título do meu blog. O título anterior "Pensamentos errantes de uma mente nada brilhante" era interessante, mas o endereço http://nerdpensando.blogspot.com não tinha nenhuma associação com ele. Portanto, fiz uma pequena mistura de "Nerd pensando" com o título antigo. Acho que ficou bom :)

Estou aberto a sugestões, críticas e opiniões :)

E não se esqueça, você também pensa!
Igor.

quarta-feira, 15 de março de 2006

Quando é que o computador de mesa vai (realemente) virar um eletro doméstico?

Cada vez mais a tecnologia avança em passos tão rápidos que inovações diárias não são incomuns. Temos dispositivos pra tudo, computadores de mesa, eletrodomésticos inteligentes, processamento na ponta dos dedos e tudo isso (deveria) funcionar de forma que a gente nem lembrasse que tudo não passa de computadores. De um modo geral, esses aparelhos funcionam bem mas o desktop (computador de mesa) continua sendo um brutamontes do passado, resolvendo algums problemas e criando outros (travamentos, perda de dados, virus, spam, ...)

O desktop é visto como um dos maiores avanços technológicos disponível para uma família. É só pensar no que é possível fazer com ele hoje (textos, filmes, músicas, communicação, ciência, ...) que dá pra entententender o quanto ele é versátil e útil. No entanto, existe uma certa resisitência por parte de muitos em utilizá-lo e em grande parte isso é culpa da própria concepção do computador: ele foi (originalmente) criado para resolver problemas científicos e/ou militares. Isso significa que os utilizadores pioneiros eram PhD's que sabiam o que estavam fazendo e como deveria (para eles) ser a interação humano/máquina. Avance 50 anos e você terá um equipamento muito mais fácil de utilizar, porém com a mesma filosofia: tem que ser doutor pra saber usar bem.

Compare os passos necessários para usar um computador com os de um microondas, geladeira ou qualquer outro dispositivo eletro/eletrônico que você tenha em casa. A simplicidade de acesso as funções deles constrasta gritatemente (essa palavra existe??? :) com a complexida exigida para digitar um simples texto no seu processador de texto (Word, OpenOffice, WordPerfect, ...). Sem falar nas possibilidades de falha que acontecem de vez em quando (sempre em alguns casos :P), fazendo com que todo um trabalho seja perdido.

Muitos vão argumentar que Windows e OS X são cada vez mais fácieis de usar e bem direcionados para o usuário comum. Ou então que não dá pra comparar um computador, que foi feito pra realizar as mais diversas tarefas, com eletrodomésticos, que realizam bem um única tarefa ou variações simples dela. Eu concordo com os 2 argumentos mas isso não resolve o problema: como deixar um computador mais simples de utilizar e, principalmente, mais confiável. Onde está a lógica de pressionar o botão Iniciar pra poder desligar o computador? A regra básica de QUALQUER aparelho para ser considerado simples é "eu não preciso ler o manual!". Tudo tem que estar visível e ser auto-explicativo para que a experiêcia seja satisfatória. E se você acha que eu tô negligenciando os avanços de usabilidade dos 2 sistemas citados, é só procurar na Google que você encontra casos de pessoas (alguns hilários) que tem/tiveram problema em se adaptar a como o computador trabalho para poder escrever um trabalho de escola.

Talvez a melhor solução para isso seria ter aparelhos especializados para as tarefas mais comuns. A nokia, por exemplo, lançou um dispositivo que ela chama de "Internet tablet", ou seja, um equipamento de entrar na internet, atividade mais comum a maioria dos usuários típicos de computador. Como ele tem boa conectividade, escrever um texto em um aparelho e mandar pra internet via um outro seria bem simples. E aí voltamos a questão do crescimento da conectividade no mundo; existem home centers, computadores especializados em media para casa (ver filmes, escutar música, gravar programas de televisão).

As possibilidades são inúmeras e integração é a palavra de ordem para que isso seja possível. Por que não ter um "computador de escrever que faz planilhas também"? Ou então um computador bem simples com apenas as funções mais utilizadas num escritório (texto, planilha,e-mail e pesquisa)? Não que não seja possível fazer isso hoje com os computadores atuais, apenas o processo de gerenciamento e de uso é ainda muito complicado para uma parcela significativa dos usuários, principalmente dos de nível de instrução mais baixos.

No futuro (minha opinião), o desktop vai ficar restrito a gente como eu, que precisa criar programas para serem utilizados em computadores mais simples, porém confiáveis e fácieis de manipular. Vai ser o equivalente daqueles enormes computadores de tempos passados, só que usados apenas como meio para criar.

E não se esqueça, você também pensa!
Igor.

segunda-feira, 6 de março de 2006

transporte público + segurança = qualidade de vida + conectividade!

Continuando o tema do post anterior, eu lembrei de algumas dificuldades que impedem o aumento da conectividade móvel no Brasil (= celular para ligar + internet + texto + video + audio + etc). Vamos deixar de lado algumas coisas óbvias como a má destribuição de renda, o nível de pobreza e os problemas sociais de um modo geral. Pense onde você usaria as novas maravilhas providas pelo seu celular:

  • Trabalho
  • Casa
  • Fila
  • Sala de espera
  • Shoppings / Lojas / Supermercados
  • Ônibus / Metrô / Táxi
  • Andando pela rua
No trabalho, a utilização (teoricamente) seria voltada para solucionar os problemas diários DO TRABALHO, portanto não vou considerá-lo aqui. Casa, fila, sala de espera, shopping, lojas e supermercados são algumas possibilidades: o celular seria mais um apoio para encontrar ofertas, saber a programação do cinema, descobrir onde uma determinda loja / seção de verduras se encontra, fazer compras, etc. Nestes locais o risco de você ser assaltado é pequeno, portanto é plausível a sua utilização.

Já em ônibus, metro, táxi ou andando pelo rua, o negócio complica. No entanto, milhões de pessoas se locomovem de suas casas até o trabalho / escola / academia / boate / boteco / livraria / etc de uma(s) dessas maneiras. Mas é perigoso andar vestido por aí, imagine com um celular cheio de coisas que vale um bom dinheiro para o assaltante... :S Ou seja, muita gente deixa de usar o celular enquanto se locomove e as operadores vão deixar de ter receita nos serviços "avançados" por falta de segurança e de investimento no transporte público. Estou assumindo que ninguém vai dirigir e olhar pra tela do celular ao mesmo tempo.

É óbvio que esses são problemas muito antigos no Brasil e não vai ser por causa da futura conectividade que ele vai ser resolvido. No entanto, isso poderia fazer parte dos planos socias das fundações pertencentes as operadores: investimento privado nesses setores. A população ganha mais qualidade de vida e as operadores mais dinheiro. Eu não sei até onde isso é possível, já que pelo menos segurança é uma obrigação do estado. Mas existem as PPP - Parecerias Público-Privadas. Talvez essa lei será a ponte para que tenhamos mais qualiade de vida de um modo geral e + conectividade no futuro.

E não se esqueça, você também pensa!
Igor.

sexta-feira, 3 de março de 2006

O futuro é a integração

Eu passei por 4 celulares desde que o serviço passou a existir no Brasil: um Gradiente Strike equivalente ao modelo Nokia 5120, um Motorola T190, um Sony Ericsson T230 e atualmente sou um feliz proprietário de um Nokia 6600. Ele é considerado um Smartphone, porque agrega funções normalmente encontradas em PDA's, roda um sistema operacional mult-tarefa, possui bluetooth, câmera digital e é possível baixar uma infinidade de programas pra ele, desde Mp3 players a calculadores, linguagens de programação e navegadores web.

Os meus 2 primeiros celulares só eram capazes de realizar chamadas e enviar e receber (o Gradiente apenas recebia) mensagens de texto, além de serem monocromáticos. Com os 2 seguintes eu já conseguia navegar na Internet, colocar toques polifônicos, ver imagens coloridas, trocar mensagens multimedia, anotar recados, usar uma agenda, ver filmes, entre outras coisas.

Cada vez mais o telefone celular está deixando de ser um simples telefone com funções extras para tornar-se um mini-computador portátil que "por acaso" faz ligações. A consequência de médio/longo prazo é que os computadores de mesa vão tornar-se menos importante no cotidiano das pessoas. Só o fato de poder entrar na Internet, e escrever textos curtos/médios já tira boa parte das atribuições mais comuns dos desktops.

Um efeito interessante disso é que a miniaturização vai encontrar um limite um pouco maior do que o previsto; ninguém vai querer acessar a internet ou ver um vídeo num celular que é a metade da palma da sua mão, né? O meu 6600 é um exemplo disso: ele é ENORME para os padrões de tamanho de celular de hoje em dia, mas com a tela grande dele eu posso inclusive ver filmes enquanto viajo de ônibus pra João Pessoa (não é tão grande assim, mas é usável :). Se ele tivesse um teclado integrado, eu com certeza passaria a responder meus e-mails nele.

Para que a integração possa avançar ainda mais e a miniaturização também, novas (aprimoradas) formas de interação devem ser estudados e aperfeiçoadas: reconhecimento de voz, detecção de gestos e quaisquer outras interações caóticas que eu nem consigo imaginar agora, de tal forma que o celular possar ser como um relógio de pulso/bolso, composto apenas de uma tela de tamanho razoável e com NO MÁXIMO 2-3 botões. Isso sim seria agregação/integração máxima de funções.

Como o celular não vai ser o único dispositivo usado por nós, tecnologias de conectividade sem fio (Bluetooth, UWB, UPnP, Wi-Fi, etc) precisam ser acrescidas a eles, o que significa que novos tipos de baterias que possam durar dias, e não horas, precisam ser pesquisadas. Esse aliás é um dos principais fatores que está limitando o aumento de funções agregadas. Existem algumas experiências com células de combustível que usam hidrogênio como combustível com resultados promissores.

ATUALIZAÇÃO
Acabei de ver no site do Slashdot essa notícia: um demo de baterias de células combustível em um notebook, que (dizem) duram 8 horas. Esse demo vai ser realizado no CeBIT, maior feira de tecnologia da Europa, realizada anualmente em Hanover, na Alemanha!! Imagine essa bateria num celular...

No futuro, não teremos que nos preocupar com tantos dispositivos e como eles vão se comunicar. Tudo será resolvido automaticamente pra nós, os aparelhos continuaram diminuindo de tamanho, novas formas de interação serão desenvolvidas e nós vamos nos perguntar, do mesmo jeito que hoje, como é que a gente viveu tanto tem sem essa tecnologia "primordial".

E não se esquea, você também pensa!
Igor.