quarta-feira, 15 de março de 2006

Quando é que o computador de mesa vai (realemente) virar um eletro doméstico?

Cada vez mais a tecnologia avança em passos tão rápidos que inovações diárias não são incomuns. Temos dispositivos pra tudo, computadores de mesa, eletrodomésticos inteligentes, processamento na ponta dos dedos e tudo isso (deveria) funcionar de forma que a gente nem lembrasse que tudo não passa de computadores. De um modo geral, esses aparelhos funcionam bem mas o desktop (computador de mesa) continua sendo um brutamontes do passado, resolvendo algums problemas e criando outros (travamentos, perda de dados, virus, spam, ...)

O desktop é visto como um dos maiores avanços technológicos disponível para uma família. É só pensar no que é possível fazer com ele hoje (textos, filmes, músicas, communicação, ciência, ...) que dá pra entententender o quanto ele é versátil e útil. No entanto, existe uma certa resisitência por parte de muitos em utilizá-lo e em grande parte isso é culpa da própria concepção do computador: ele foi (originalmente) criado para resolver problemas científicos e/ou militares. Isso significa que os utilizadores pioneiros eram PhD's que sabiam o que estavam fazendo e como deveria (para eles) ser a interação humano/máquina. Avance 50 anos e você terá um equipamento muito mais fácil de utilizar, porém com a mesma filosofia: tem que ser doutor pra saber usar bem.

Compare os passos necessários para usar um computador com os de um microondas, geladeira ou qualquer outro dispositivo eletro/eletrônico que você tenha em casa. A simplicidade de acesso as funções deles constrasta gritatemente (essa palavra existe??? :) com a complexida exigida para digitar um simples texto no seu processador de texto (Word, OpenOffice, WordPerfect, ...). Sem falar nas possibilidades de falha que acontecem de vez em quando (sempre em alguns casos :P), fazendo com que todo um trabalho seja perdido.

Muitos vão argumentar que Windows e OS X são cada vez mais fácieis de usar e bem direcionados para o usuário comum. Ou então que não dá pra comparar um computador, que foi feito pra realizar as mais diversas tarefas, com eletrodomésticos, que realizam bem um única tarefa ou variações simples dela. Eu concordo com os 2 argumentos mas isso não resolve o problema: como deixar um computador mais simples de utilizar e, principalmente, mais confiável. Onde está a lógica de pressionar o botão Iniciar pra poder desligar o computador? A regra básica de QUALQUER aparelho para ser considerado simples é "eu não preciso ler o manual!". Tudo tem que estar visível e ser auto-explicativo para que a experiêcia seja satisfatória. E se você acha que eu tô negligenciando os avanços de usabilidade dos 2 sistemas citados, é só procurar na Google que você encontra casos de pessoas (alguns hilários) que tem/tiveram problema em se adaptar a como o computador trabalho para poder escrever um trabalho de escola.

Talvez a melhor solução para isso seria ter aparelhos especializados para as tarefas mais comuns. A nokia, por exemplo, lançou um dispositivo que ela chama de "Internet tablet", ou seja, um equipamento de entrar na internet, atividade mais comum a maioria dos usuários típicos de computador. Como ele tem boa conectividade, escrever um texto em um aparelho e mandar pra internet via um outro seria bem simples. E aí voltamos a questão do crescimento da conectividade no mundo; existem home centers, computadores especializados em media para casa (ver filmes, escutar música, gravar programas de televisão).

As possibilidades são inúmeras e integração é a palavra de ordem para que isso seja possível. Por que não ter um "computador de escrever que faz planilhas também"? Ou então um computador bem simples com apenas as funções mais utilizadas num escritório (texto, planilha,e-mail e pesquisa)? Não que não seja possível fazer isso hoje com os computadores atuais, apenas o processo de gerenciamento e de uso é ainda muito complicado para uma parcela significativa dos usuários, principalmente dos de nível de instrução mais baixos.

No futuro (minha opinião), o desktop vai ficar restrito a gente como eu, que precisa criar programas para serem utilizados em computadores mais simples, porém confiáveis e fácieis de manipular. Vai ser o equivalente daqueles enormes computadores de tempos passados, só que usados apenas como meio para criar.

E não se esqueça, você também pensa!
Igor.

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